Não vês a agonia a escorrer nas paredes. As portas não param de ranger É como um corte que entra no tímpano. Não aguento o barulho de dentro. Já não estou só! Já não estou só eu a ouvir... Já anda nas ruas! Já comentam por aí! Qualquer coisa não está bem... Fala-se demasiado alto para quem está tão longe... Mas não tinha que haver pedrada alguém levou por arrasto. A luz continua presa ao tecto Por mais que se tente tirar. Está alta de mais. Ou encandeia os olhos. Ou queima quando se toca. Parece que sabe queimar. Parece que não tenho janelas. Não entra ar aqui. Tira a mão quente dos olhos. Tira o frio da frente. Já tenho tão pouca gente para me encontrar. Desata-me os olhos, desata-me a cara. Desata o teu corpo dentro do meu. Tira-me a voz que puseste no tempo. Que não está a querer desistir. De pisar os membros no chão. De arrancar os braços no tecto. Tira-me de mim, vá tira-me de mim! Transforma o fraco em coisa forte porque tudo se renova.

(há vinham à procura de outra coisa? - mas eu sou idiota...)

bom fim-de-semana

2 Comments:

impulsos said...

Pois... muitas ideias mesmo, para um só texto.
E sabes que mais?
Gostei e pronto!
Mas não me perguntem porquê...
Talvez seja um defeito de também ser amante das ideias!

Iasnara said...

Ana, há letras e letras . E essa viveria muito bem sem precisar de nenhum acorde. Forte. Gostei bastante.

Que onda é essa de idiota? Só tu? Logo teremos um concurso para descobrir quem é mais, por aqui. :D


boa semana para vc. bjok.